São Liberato de Loro - 06/09
Liberato nasceu na pequena cidade de Loro Piceno, localizada na província de Macerata, na Itália.
Desde o início, ele integrou a nobre família Brunforte, que dominava vastas terras e exercia grande poder.
No entanto, ao ouvir o chamado de Deus e movido por sua profunda devoção à Virgem Maria, o jovem Liberato tomou uma decisão radical:
ele abandonou toda a riqueza e o conforto que o cercavam para seguir a vida religiosa.
Com coragem e desprendimento, ele renunciou às terras e ao título de senhor de Loro Piceno — que havia herdado de seu tio — e transferiu esses bens para seu irmão Gualtério.
Em seguida, ele se dirigiu ao Convento de Rocabruna, em Urbino, onde iniciou sua nova jornada espiritual.
Depois de receber a ordenação sacerdotal e, ao mesmo tempo, desejar consagrar sua vida à penitência e às orações contemplativas, ele escolheu retirar-se para o pequeno e isolado Convento de Sofiano, situado nas proximidades do castelo de Brunforte.
Ali, ele vestiu o hábito da Ordem dos Frades Menores de São Francisco.
E, à medida que vivia com intensidade suas virtudes, ele conquistou a fama de santidade entre os que o conheciam.
Conforme o relato presente na obra Florzinhas de São Francisco, o frade Liberato de Loro Piceno vivia em plena comunhão com Deus no Convento de Sofiano.
Ele demonstrava um dom elevado de contemplação e, durante suas orações, frequentemente se elevava do chão.
Por onde passava, os pássaros o seguiam, pousando em seus braços, cabeça e ombros, enquanto cantavam com alegria.
Embora fosse amigo da solidão e falasse raramente, ele revelava uma sabedoria angelical sempre que alguém lhe fazia perguntas.
Além disso, ele vivia com alegria, dedicando-se ao trabalho, à penitência e à oração contemplativa.
Por isso, os demais irmãos o respeitavam profundamente e lhe dedicavam grande consideração.
Ao atingir os 45 anos de idade, ele enfrentou o fim de sua virtuosa vida.
Ele caiu gravemente enfermo e passou a lutar entre a vida e a morte.
Mesmo sem conseguir beber nada, ele recusou qualquer tratamento com medicina terrena, pois confiava exclusivamente no médico celestial, Jesus Cristo, e na intercessão de sua abençoada Mãe.
Em um momento milagroso, a Virgem Maria o visitou e o consolou enquanto ele, em oração, se preparava para a morte.
Ela se aproximou de sua cama acompanhada por três santas virgens e por uma grande multidão de anjos.
Assim que ele a viu, experimentou um profundo consolo e uma intensa alegria tanto na alma quanto no corpo.
Então, ele suplicou à Virgem, em nome de Jesus, que o levasse para a vida eterna, caso ele tivesse merecimento para isso.
Chamando-o pelo nome, Maria respondeu com ternura: “Não temas, filho, que tua oração foi ouvida, e eu vim para confortar-te antes de tua partida desta vida.”
Dessa forma, frei Liberato ingressou na vida eterna em uma data incerta do século XIII.
Mais tarde, no século XV, o culto a Liberato de Loro cresceu com tanta força que os habitantes das terras dos Brunforte receberam autorização para chamá-lo de São Liberato.
Por ocasião de sua morte, os fiéis construíram um novo convento ao lado do antigo de Sofiano, além de erguerem uma igreja para preservar suas relíquias — hoje conhecida como o Santuário de São Liberato.
Contudo, apenas no século XIX, após um processo de canonização longo e bastante confuso, o papa Pio IX reconheceu oficialmente seu culto.
Ele concedeu a autorização canônica para que Liberato fosse chamado santo.
Desde então, os fiéis mantiveram a festa de São Liberato de Loro na data tradicional de 6 de setembro, quando suas relíquias foram solenemente transferidas para o altar maior do atual Santuário de São Liberato, situado em sua terra natal.
São Liberato de Loro, rogai por nós!