São Januário - 19/09 Foi zeloso, bondoso e sábio
A história do santo celebrado neste dia se entrelaça profundamente com a cidade italiana de Nápoles, onde, até hoje, os fiéis guardam com devoção o corpo e o sangue de São Januário.
Este santo viveu no final do século III e, com grande dedicação, assumiu o cargo de Bispo de Benevento, cidade situada nas proximidades de Nápoles.
Como cristão fervoroso, ele se preparava constantemente para testemunhar, inclusive com o derramamento do próprio sangue, seu amor incondicional ao Senhor.
Naquela época, em que a Igreja enfrentava duras perseguições, muitos cristãos, como ele, acabavam presos, condenados e martirizados pelos inimigos da Verdade.
Por isso, Januário vivia em estado de vigilância espiritual, pronto para enfrentar qualquer provação.
Durante seu ministério como Bispo, ele demonstrou zelo, bondade e sabedoria.
No entanto, em determinado momento, soldados do império prenderam-no juntamente com seus diáconos.
Em seguida, as autoridades os condenaram a servir de alimento para os leões no anfiteatro da cidade de Pozzuoli.
Curiosamente, a primeira terra italiana onde o apóstolo Paulo pisou a caminho de Roma.
Assim como aconteceu com o profeta Daniel e outros mártires, as feras, em vez de atacá-los, apenas os lamberam, como se reconhecessem a proteção divina que os envolvia.
Diante da resistência dos animais, o imperador Diocleciano — conhecido como o último grande perseguidor dos cristãos — ordenou uma solução ainda mais cruel: os soldados, movidos pela irracional maldade humana, decapitaram Januário e seus companheiros.
Esse martírio ocorreu no ano de 305.
Logo após o ocorrido, alguns cristãos, movidos por piedade e reverência, recolheram o sangue do Bispo Januário em uma ampola, com o intuito de preservá-lo como uma relíquia preciosa.
Posteriormente, eles levaram seu corpo para a Catedral de Nápoles.
A partir desse momento, os napolitanos passaram a venerá-lo como protetor contra a peste e também contra as erupções do vulcão Vesúvio.
Entre os inúmeros milagres atribuídos à sua intercessão, talvez o mais impressionante esteja relacionado ao sangue guardado na ampola.
Todos os anos, durante a celebração da festa de São Januário, os fiéis expõem essa relíquia na Catedral.
O que surpreende é que, há séculos, durante essa cerimônia, o sangue passa do estado sólido para o líquido, mudando não apenas de cor, mas também de volume — e, por vezes, até duplicando seu peso.
Enquanto a multidão reage com gritos de fé e emoção.
A ciência, embora já tenha confirmado que se trata de sangue humano, permanece em silêncio diante da ausência de explicações racionais para esse fenômeno.
Assim, o mistério continua, sendo compreendido apenas por aqueles que creem.
São Januário, rogai por nós!